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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Todos os anos há um "big fortified tasting" no centro de Londres

     Quando tem início o ciclo do b.f.t. ou big fortified tasting 2019, com o anúncio da abertura de inscrições e reservas para expositores participantes e interessados neste importante acontecimento, que se destina apenas a visitantes profissionais (on trade, off trade e imprensa), num momento de planeamento da agenda de actividades para o próximo ano, ficamos a conhecer um pouco melhor esta mostra.

com permissão the b.f.t.

     The b.f.t., de que se trata?

    É um acontecimento que se realiza anualmente, no centro de Londres, que teve início em 2010, e que ano após ano rapidamente se tornou num acontecimento com enorme sucesso, que é hoje uma referência mundial e a maior mostra especializada e dedicada exclusivamente a vinhos fortificados de todo o mundo. Actualmente, é um evento imperdível, uma excelente oportunidade para conhecer e dar a conhecer a grande diversidade e os diferentes estilos de vinhos fortificados, assim como para reforçar a sua notoriedade e reconhecimento, posicionamento e qualidade, o que é sempre de valorizar. Esta oportunidade de promoção vale não só para o mercado britânico, mas também num âmbito muito mais alargado, considerando a visibilidade do evento.

    É visitado por pessoas interessadas e que têm à partida o propósito específico de provar e conhecer vinhos fortificados, sem a dispersão e a falta de visibilidade que acontece inevitavelmente nas mostras mais gerais e alargadas a todo o tipo de  vinhos.

     Este é um evento que tem como destinatários privilegiados os visitantes profissionais, sejam ligados à hotelaria e restauração, importadores e empresas de distribuição, sommeliers, críticos e jornalistas.


com permissão the b.f.t.

    Os dados que definem o b.f.t., a mensagem da última edição


    A última edição do b.f.t., que foi a 8.ª, decorreu no passado mês de Maio de 2018, na Church House, em Westminster, na cidade de  Londres.
   Para se perceber o alcance actual deste acontecimento, consideremos os seguintes dados:


    Nesta edição houve um total de 637 registos, dos quais mais de 400 visitaram o evento.
    Em termos aproximados, a divisão e constituição dos visitantes foi a seguinte:

  • 45% off-trade, grandes comerciantes de vinho do mercado britânico, como por exemplo, Berry, Bros. & Rudd, Corney & Barrow, assim como outros vários importantes comerciantes com menor dimensão como Vintage Wine & Port, Oxford Wine Company e retalhistas como Wine Society, Waitrose e Fortnum & Mason;
  • 27% on-trade, os responsáveis de restaurantes como "The Fat Duck", "Bar Douro", "Petrus" e "Tate", bares como "Ritz" e "Wine Social & Tapas" e "The Port House", clubes londrinos e colégios de universidades;
  • Os restantes 28% foram constituídos por comerciantes e imprensa generalista e especializada (entre outros, Sunday Times, The Independent, Yorkshire Post, Decanter, Fine Wine Magazine), críticos de vinhos, jornalistas e bloggers (por exp., Julia Harding que integra as "Purple Pages" de Jancis Robinson, Richard Mayson, Alex Liddell e Neal Martin), formadores do WSET e outros formadores independentes, consultores de restaurantes, empresas de relações públicas e as principais casas leiloeiras de Londres.
com permissão the b.f.t.

    Os produtores nacionais em detalhe

    Nesta edição houve uma grande presença de produtores e vinhos nacionais, com uma apresentação alargada dos diversos tipos de vinhos fortificados produzidos em Portugal. Uma forte representação dos vinhos da Madeira, com a participação de 6 casas produtoras e exportadoras, com o apoio e co-financiamento fundamental do IVBAM (Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira) que assim pretende reforçar a aposta no mercado britânico, que em 2017 foi o mais importante para o vinho da Madeira em valor.

    Alguns dos produtores de vinho do Porto, apresentaram e deram a conhecer em primeira mão, os seus mais recentes vintages de 2016, a mais recente declaração de Porto vintage clássico: Quinta das Lamelas, Sandeman, Offley, Quevedo Porto, Barros, Burmester, Calém e Kopke.


com permissão the b.f.t.

   De um total de 290 vinhos fortificados em prova (com origem em Portugal, Espanha, França e Austrália), 206 (71%) com origem em Portugal e assim distribuídos:

    144 vinhos do Porto, 50 vinhos da Madeira, 9 moscatel de Setúbal e 3 vinhos fortificados de outros estilos, que por sua vez representavam um total de 55 marcas de vinhos, 24 de vinho do Porto, 7 de vinho da Madeira, 3 de moscatel de Setúbal e 1 de outro estilo de vinho, que foram apresentados por um total de 43 produtores nacionais, dos quais 18 de vinho do Porto, 6 de vinho da Madeira, 2 de moscatel de Setúbal e 1 de outros vinhos fortificados.

    Para além da apresentação de vinhos, a mostra compreende também na sua programação interessantes e instrutivas provas especiais com apresentações comentadas, que constituem as "Masterclasses", entre outras não menos interessantes, registamos "Niepoort, dawn of a new vintage", em que Dirk Niepoort explicou a arte de combinar os diferentes vinhos da mesma colheita para a criação de um Porto vintage, "Barbeiro, new challenges and projects: a view from 1981 to 2017", uma viagem por diferentes categorias e estilos dos vinhos da Madeira deste produtor.

com permissão the b.f.t.

     Temos também que referir que, ao contrário da aposta empenhada e comprometida do IVBAM que já mencionamos, o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) até agora não tem considerado e assumido este acontecimento como uma oportunidade para promoção dos vinhos do Porto, não tanto para os grandes produtores de renome, mas sobretudo para o apoio a pequenos produtores engarrafadores que conseguiriam aqui uma excelente oportunidade para se apresentarem e aos seus vinhos, enriquecendo a diversidade e o conjunto dos vinhos do Porto em participação.

    O mesmo se diga de outros vinhos fortificados portugueses, originais e únicos, estou a lembrar-me do vinho de Carcavelos e do incentivo fundamental da Câmara Municipal de Oeiras para que este vinho não desapareça.

    A próxima edição, The b.f.t. 2019

    Em 2019, o principal objectivo da organização é o aumento do número de visitantes, que se manterá unicamente para visitantes profissionais e não aberto ao público em geral e consumidores individuais, excepto para os convidados dos participantes.
    A data prevista para a sua realização é 16 de Abril de 2019, decorrerá na Church House, em Londres. Mais cedo do que tem sido habitual em anos anteriores para corresponder a uma maior disponibilidade de participantes.
    A organização tem ainda em conta os casos especiais de pequenos produtores para soluções individualizadas de partilha de espaços nesta mostra.


com permissão the b.f.t.

    As opiniões...

    Na opinião de Óscar Quevedo (Quevedo Port Wine), participante na última edição: "a participação no b.f.t. é a melhor forma de dar a provar e expôr os nossos vinhos do Porto à imprensa e compradores do Reino Unido. Uma prova organizada de forma imaculada e com um enorme foco no vinho do Porto. Um evento que o IVDP deveria muito seriamente pensar em organizar uma participação conjunta.".

    Maria Pinto (Quinta das Lamelas/Lamelas Wines), que participou conjuntamente com outro produtor engarrafador do Douro, a Quinta do Mourão, refere que "estamos muito satisfeitos com o evento, desde a organização, visibilidade e público convidado", e que "recomendaríamos a outros produtores, principalmente os mais pequenos produtores engarrafadores.".

    "Uma prova excepcionalmente boa", Dirk Niepoort.

    "As pessoas vêm cá com o estado de espírito de que vão provar vinhos fortificados e penso que isso são muito boas notícias.", Johnny Graham (Churchill's).


    Para mais informações e registo: thebft.co.uk


    As fotografias utilizadas na presente publicação foram gentilmente cedidas pela b.f.t, a quem deixamos o nosso agradecimento.



©hsm

quarta-feira, 8 de março de 2017

14.ª Essência do Vinho Porto

A fortified tour and many good distractions




    The end of February in Porto is always a perfect opportunity to get to know and taste many good wines from Portuguese producers (and others of course), many presented by the producers themselves, not only in the “Essência do Vinho” this year’s edition, in Palácio da Bolsa, announcing 3,000 wines and 350 producers, but also taking advantage of the "Simplesmente Vinho", an "independent and alternative" event this year in its 5th edition, which takes place at a short distance (in the warehouses of the Casa do Cais Novo) and on the same date.

    In any case, too many good wines and so little time...

    In order not to make this experience too intense, of course the ideal would be to visit these events in more than just one day, but to make the most of the available time, my advice is to predefine a purpose (to taste, for example, fortified wines, sparkling wines, new releases, wines or producers that we do not yet know or regions that we know less well, special categories, etc.).

    An intense wine tasting afternoon, but there’s always many many more wines that certainly deserved our attention, at least until the next opportunity.

    The wines tasted:



Uma visita fortificada com muitas distracções


    O final do mês de Fevereiro no Porto é sempre uma oportunidade perfeita para conhecer e provar muitos vinhos de produtores portugueses (e não só), muitos apresentados pelos próprios produtores, não só na edição da Essência do Vinho, no Palácio da Bolsa, que anuncia 3.000 vinhos e 350 produtores, mas também aproveitando a realização do evento “Simplesmente Vinho”, manifestação “independente e alternativa” este ano na 5.ª edição e que ocorre a curta distância (nos armazéns da Casa do Cais Novo) e na mesma data.

    Em todo o caso, demasiados vinhos bons e tão pouco tempo…

    Para não tornar esta experiência menos intensa, claro que o ideal seria reservar mais do que apenas um dia, mas para aproveitar melhor o tempo disponível, o meu conselho é definir previamente um propósito (por exemplo, vinhos fortificados, vinhos espumantes, novos lançamentos, vinhos ou produtores que ainda não conhecemos ou regiões que conhecemos menos bem, categorias especiais, etc.).

    Uma tarde intensa de provas, com a certeza de que ficam sempre muitos vinhos que mereceriam a nossa atenção, pelo menos até à próxima oportunidade.


Os vinhos provados:


IVBAM (Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira);
The friendly representatives of the IVBAM at the EV, joined the tasting which started with Justino's Madeira Verdelho 10 Year Old, Henriques & Henriques Boal 10 Year Old, Justino's Malvasia 10 Year Old and the Madeira wines by Ricardo Diogo Freitas, Barbeito 10 years Malvasia (which distinguished itself from the other 10 years Malvasia proposals, being more intense and aromatic, perhaps the Malvasia de São Jorge) and Barbeito 30 years Malvasia "Vó Vera" (in the EV top 10 of the Portuguese wines).

As simpáticas representantes do IVBAM na EV, juntaram-se à prova, que começou com Justino’s Madeira Verdelho 10 Year Old, Justino’s Boal 10 Year Old, Henriques & Henriques Boal 10 Year Old, Justino’s Malvasia 10 Year Old e os vinhos Madeira de Ricardo Diogo Freitas, Barbeito 10 anos Malvasia (distingue-se das propostas 10 anos Malvasia de outros produtores, por ser mais intenso, talvez da Malvasia de São Jorge) e o Barbeito 30 anos Malvasia “Vó Vera” (no top 10 dos vnhos portugueses da EV este ano).

Madeira Wine Company,  Blandy´s;
Blandy’s Sercial 10 Years, Blandy’s Malvasia 10 Years, Blandy’s 2008 Harvest Malvasia, Blandy’s Terrantez 20 Years (um dos meus favoritos) e o frasqueira Blandy’s Verdelho 1979 (em 2016, ganhou o Madeira Trophy do Wine & Spirit Competition).



From the Madeira wines magic to the Douro wines...

Da magia dos vinhos da ilha da Madeira para o Douro…

Quinta da Romaneira (Douro);
Sino da Romaneira branco 2015, Quinta da Romaneira Reserva branco 2015, Quinta da Romaneira rosé 2015 (Tinta Roriz e Touriga Francesa), R de Romaneira tinto 2013, Quinta da Romaneira tinto 2012 (Touriga Nacional, Touriga Francesa e Tinto Cão, com várias classificações superiores a 90/100 pts., em revistas internacionais), Quinta da Romaneira Touriga Nacional, Quinta da Romaneira Syrah, Quinta da Romaneira Petit Verdot (vinho monocasta PV, que penso ser experiência única no Douro e o resultado da visão descomplexada de António Agrellos quanto à utilização de castas estrangeiras no Douro) e Quinta da Romaneira Reserva tinto 2012.
Quinta da Romaneira LBV 2012 unfiltered, Quinta da Romaneira Tawny 10 anos e Quinta da Romaneira vintage 2011.

Caves Transmontanas;
Os vinhos espumantes DOC Douro Vértice, do melhor que Portugal produz nesta categoria: Vértice Cuvée, Vértice Millésime (delicioso), Vértice Gouveio (fresco e muito elegante), Vértice Chardonnay e o mais recente Vértice Pinot Noir.

Quinta do Vallado;
Vallado Prima (100% Moscatel Galego), Quinta do Vallado Reserva Branco, Quinta do Valado Tinta Roriz e Quinta do Vallado Touriga Nacional.
Vallado Adelaide Vintage Porto 2014.

Quinta Vale D. Maria;
Quinta Vale D. Maria tinto 2012 (93/100pts Wine Enthusiast)

Quinta de Foz de Arouce (Beiras);
Vinhos da região das Beiras: Quinta de Foz de Arouce tinto 2012 e Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2013 (um grande vinho), vinhos diferentes com um carácter muito próprio.

Quinta da Touriga Chã (Douro);
Puro Quinta da Touriga tinto 2013 e Quinta da Touriga Chã tinto 2013.



Caminhos Cruzados (Dão);
Os vinhos deste muito recente projecto do Dão; Titular Colheita branco 2015, Titular Encruzado e Malvasia Fina 2015, Titular Encruzado 2014, Titular Alfrocheiro tinto 2014 (impressivo e com carácter), Titular Jaen tinto 2014 (equilibrado, fino e elegante), Titular Touriga Nacional 2013 (fresco e com as notas florais típicas da casta), Titular Reserva tinto 2013 (com Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz, complexo, suave e elegante).

Niepoort (Douro);
Apresentados por Nick Delaforce, Redoma branco 2015 e Tiara branco 2015, antes dos fortificados, Niepoort Moscatel do Douro (extraordinário e original), Niepoort 10 Years Old White e Niepoort Vintage 2015 "cask sample". Parece que a decisão está tomada na Niepoort quanto à declaração da colheita de 2015 como vintage clássico.



Churchill Graham (Douro);
Churchill's 10 Years Old Tawny (com o estilo mais seco da Churchill's), Churchill's 30 Years Old Tawny (lançado recentemente), Churchill's Quinta da Gricha Vintage Port 2013 e Churchill's Vintage Port 2014 (também lançado no final do ano passado).

Wine & Soul (Douro);
Manoella tinto, Quinta da Manoella VV tinto e Pintas Tawny 10 anos.

Susana Esteban (Alentejo);
Outra aventura recente nos vinhos do Alentejo; Aventura branco 2015 e Aventura tinto 2015 (frutado, suave e polido).



Quinta de São José (Douro);
Os vinhos de João Brito e Cunha; Flôr de S. José branco 2015, Quinta de S. José tinto 2014 e S.J Vintage Port Single Quinta 2012.

©HSM




quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Do you (really) know Madeira wine? I.

Categories & styles...


(Carte des Isles de Madere et Porto Santo, Bellin, Jacques-Nicolas, 1747   © HSM archives)


The principle that should guide us in these matters is: know or try to learn more to appreciate better, in this case, to enjoy the wonderfull Madeira wine diversity, which is one of the greatest wines in the world, with unique characteristics and still unknown to most Portuguese.

Several classifications of the Denomination of Origin (DO) Madeira wine (wines produced only from recommended grape varieties) are possible; dated and undated, blend or with an indication of age Madeira wines, and also classifications considering the colour or the sweetness level of the wines, its structure and production process and the traditional terms and designations.


A good and practical synthesis of these definitions is the classification based on the distinction between blended wines or blend and dated Madeira wines or single harvest:

Blend (or with indication of age) Madeira wines

These wines are a blend of various years or harvests, with an average age of;
  • Year old
Together with the age indication, we have the sweetness degree that defines the wine style; extra-dry, dry, medium-dry, medium-sweet and sweet or rich.
  • 5, 10, 15, 20, 30, 40, 50 and over 50 years old (*)
The indication of is mentioned on the label, aswell as the wine style or sweetnes degree and the grape variety used in the production and that will give the wine its specific characteristics, which are;

- Sercial; extra-dry or dry Madeira wine
- Verdelho; medium-dry
- Boal; medium-sweet
- Terrantez; medium-dry or medium-sweet
- Malvasia; sweet

The 3 and 5 year old Madeira wines represent the majority of the Madeira wine total production. They are the producers generic and more accessible commercial wine range. As a rule, they are generally well made wines, but always limited to what can be done in this period of time.

The 3 year old Madeira wines are exclusively produced from Tinta Negra grape variety (or Tinta Negra Mole, as traditionally known), which is characterized by a harshness taste, that is difficult to disguise even after the "estufagem" process. If the wine label does not mention the grape variety, just the wine style, we can be sure that the wine was made from Tinta Negra.

In the 5 year old category, there are producers that use Tinta Negra and others that use the so-called traditional grape verieties and also others that use both varieties.

To produce the 10 year old category, almost all producers use the traditional grapes. it is from the 10 year old level that we can speak of a leap of quality and that the Madeira wines begin to show their true character and let foresee the greatness that older Madeira can reach.

The wine label should indicate the date or the bottling year, however this indication is optional.

Single Harvest

Dated: wines produced with grapes from a single harvest or year and from a single grape variety.

Colheita: superior quality wine, produced from a recommended grape variety, from a single harvest and aged in wood casks between 5 to 18 years.

Frasqueira or Garrafeira: wine produced from a recommended grape variety, from a single harvest and aged in wood casks for at least for 20 years before being bottled.

The wine label must indicate the harvest year.

The "Frasqueira" or "Garrafeira" Madeira wines are also called "Vintage" Madeiras, although strictly speaking the term "Vintage" should not be applied to these wines, because this english terminology used in Port wine and other wines to designate a harvest or a particular year does not consider the fundamental requirement of ageing for 20 years and in accordance with the designation "vintage", the term should also be applied to "Colheita" Madeira wines.

According to the production process, the Madeira wine can be classified as:

Canteiro: the wine undergoes a ageing process in old wooden barrels which are arranged in the producers warehouses where they are exposed to high natural temperatures (the young wines are arranged on the upper floors of the warehouse, where the temperature is higher and at defined time intervals they are moved to the lower floors). This ageing process is natural, almost without human intervention.

Estugafem: this is the most common production process used on Madeira wine generic categories. The wines are kept generally stainless steel tanks at a constant temperature (hot water through a pipe system), which may vary from 42o to 50° C (there is no minimum limit established, but the maximum limit is 50o C), which speeds up the ageing process.


It is recognized that three months of “estufagem” are equivalent to two years of “canteiro”.


According to the sweetness level:
Extra dry: the degree Baumé does not exceed 0,5o
Dry: degree Baumé between 0,5o e 1,5o
Medium dry: degree Baumé between 1,5o e 2,5o
Medium sweet: degree Baumé between 2,5o e 3,5o
Sweet: degree Baumé higher than 3,5o

The Baume degree is the scale used for measuring the sugar density of a wine (allows to evaluate the degree of sweetness of a wine).

According to the wine colour:
Very pale – Pale – Golden – Medium Dark – Dark

According to body and taste:
Light – Full-bodied – Fine- Soft - Velvety


For wines with DO Madeira and with the year of harvest indication, they can be further classified according to the following traditional designations:

Frasqueira or Garrafeira: exceptional quality wine, produced from a rcommended grape variety and with the date of harvest indication. Produced using the “canteiro” process and continuously aged in wood casks for a minimum of 20 years.

Colheita: an outstanding quality wine with the harvest year indication, and that has been aged in wood for at least five years.

Solera: an outstanding quality wine produced by the “canteiro” process, from a single harvest and from one recommended grape variety, aged in wood for a minimum period of 5 years, which forms the basis of the blend. After this period of time, it can be removed from each of the wood casks, an amount not exceeding 10%, which is replaced by an equal quantity of a youger wine from the same grape variety, up to a maximum of 10 additions. After this process it can be bottled as “Solera”, indicating the harvest year of the inicial wine that is the blend basis and indicating the grape variety and year of bottling.

Reserva, Velho, Reserve, Old ou Vieux: 5 year old Madeira wine.

Reserva Velha, Reserva Especial, Muito Velho, Old Reserve, Special Reserve ou Very Old: 10 year old Madeira wine.

Reserva Extra ou Extra Reserve: 15 year old Madeira wine.

Rainwater:  wine that has a color between pale and golden and a Baume degree between 1,0o and 2,5o, it can still be associated with a maximum age of 10 years old.

Seleccionado, Selected, Choice ou Finest: an outstanding quality wine for its age.

Fino ou Fine: quality wine with a perfect balance between the freshness of acids and evolved set of aromas, aged in wood.

And now, to a triumphant end, taste them to learn more ...

(*) This wine category was one of the novelties of the recent regulation of Madeira wine which entered into force in February 2015 (Portarias 38, 39 and 40/2015, of 13/02, by the Regional Government of Madeira).

 ©HSM
(to be continued): II. Do you (really) know Madeira wine? ...and the grape varieties

# Conhece (realmente) o vinho da Madeira? I.

As Categorias...

O princípio que nos deve orientar é: conhecer para poder apreciar melhor, neste caso, apreciar a maravilhosa diversidade do vinho da Madeira, que é um dos grandes vinhos do mundo, com características únicas e ainda desconhecido da maioria dos portugueses.

Várias classificações dos tipos de vinho com Denominação de Origem (DO) Madeira (vinhos produzidos a partir de castas recomendadas) são possíveis; vinhos Madeira datados e não datados (de lote) ou considerando a idade, a côr, o grau de doçura, a estrutura, o processo de produção e ainda as designações ou menções tradicionais.

Uma boa e prática síntese destas definições é a classificação que tem por base a distinção entre vinhos de lote ou blends e os vinhos da Madeira datados ou de uma só colheita, assim:

Vinhos de lote, Blend
São vinhos de várias colheitas com uma idade média de;
  • 3 anos
À indicação de idade aparece associada o grau de doçura nos estilos extra seco, seco, meio-seco, meio-doce e doce.
  • 5, 10, 15, 20, 30, 40, 50 e mais de 50 anos (*)
A indicação de idade é referida no rótulo, assim como o grau de doçura ou a casta utilizada na sua produção e que vai conferir ao vinho características especificas;

- Sercial: extra-seco ou seco
- Verdelho: meio-seco
- Boal: meio-doce
- Terrantez: meio-seco ou meio-doce
- Malvasia: doce

Os vinhos da Madeira de 3 e 5 anos de idade representam o grosso da produção, são os vinhos genéricos, mais acessíveis, comerciais e de entrada de gama dos diversos produtores. São vinhos geralmente bem feitos, mas sempre limitados com o que pode ser feito neste período de tempo.

Os vinhos da Madeira de 3 anos de idade são exclusivamente produzidos a partir da casta Tinta Negra (ou Tinta Negra Mole, como tradicionalmente é conhecida), que se caracteriza por uma certa aspereza de sabor, difícil de disfarçar mesmo depois do processo de estufagem. Se o rótulo do vinho não menciona a casta, apenas o estilo do vinho, então temos a certeza que o vinho foi elaborado a partir da casta Tinta Negra.

Na categoria dos 5 anos de idades, temos produtores que usam a Tinta Negra, outros que usam as chamadas castas tradicionais e ainda outros que usam ambas.

Nas categorias a partir dos 10 anos de idade, quase todos os produtores usam as variedades tradicionais. É a partir deste patamar que os vinhos Madeira começam a evidenciar a sua verdadeira qualidade e carácter e deixam antever a grandeza que os vinhos com mais idade podem atingir.

O rótulo deve indicar o ano de engarrafamento, todavia, esta indicação é facultativa.


Com indicação da data de colheita

Datados: são vinhos produzidos com uvas de uma única colheita ou ano e a partir de uma única casta;

Colheita: vinho de qualidade superior, com indicação da casta recomendada e do ano de colheita, envelhece em cascos, entre 5 a 18 anos.

Frasqueira ou Garrafeira: com indicação da casta recomendada e do ano de colheita, envelhece em cascos, no mínimo, durante 20 anos, antes de ser engarrafado.
O rótulo indica o ano de colheita.

Os vinhos “Frasqueira” ou “Garrafeira” são também chamados de vintage, embora em rigor a designação não possa ser aplicada a estes vinhos porque esta terminologia inglesa para designar uma colheita ou um ano específico não considera o requisito fundamental do envelhecimento durante 20 anos e de acordo com a designação ”vintage”, também os vinhos Madeira “Colheita” seriam vintage.


De acordo com o processo de produção o vinho da Madeira pode ser classificado como:

Canteiro: o vinho é submetido a um processo de estágio em madeira, em pipas de madeira velha que são arrumadas em armazéns onde ficam expostos a temperaturas naturais elevadas (os vinhos mais recentes são arrumados nos pisos superiores dos armazéns, onde a temperatura é mais alta e a intervalos definidos de tempo baixam para os pisos inferiores), onde envelhecem naturalmente, quase sem intervenção humana.

Estufagem: é o processo mais habitual e é utilizado nas categorias genéricas de vinho da Madeira. Os vinhos são mantidos, regra geral, em cubas de inox a uma temperatura constante (através de um sistema de tubos de água quente), que na prática pode variar entre 42o a 50oC (a regulamentação não estabelece limite mínimo, mas o limite máximo são 50o C), o que acelera o envelhecimento.

É reconhecido que 3 meses de estufagem equivalem a 2 anos de canteiro.


De acordo com o grau de doçura:

- Extra seco: o grau Baumé não excede 0,5º
- Seco: o grau Baumé está compreendido entre 0,5º e 1,5º;
- Meio seco:  grau Baumé entre 1,5º e 2,5º
- Meio doce: grau Baumé entre 2,5º e 3,5ºC
- Doce: grau Baumé superior a 3,5º

O grau Baumé é a escala utilizada para a medição da densidade de açucar de um vinho (permite avaliar  o grau de doçura de um vinho).


De acordo com a côr, o vinho da Madeira pode ser:
Muito pálido – Pálido – Dourado – Meio escuro – Escuro

De acordo com o corpo e sabor:
Leve – Encorpado – Fino – Macio - Aveludado

No caso dos vinhos com DO Madeira e com indicação do ano de colheita, podem ainda ser classificados de acordo com as seguintes denominações tradicionais:

Frasqueira ou Garrafeira: vinho de excepcional qualidade, com indicação do ano de colheita e indicação da casta recomendada, produzido pelo processo de canteiro e submetido a um envelhecimento mínimo contínuo de 20 anos em madeira.

Colheita: vinho de qualidade destacada, com indicação do ano de colheita e que tenha sido envelhecido em madeira durante pelo menos 5 anos.

Solera: vinho de qualidade destacada e produzido pelo processo de canteiro, de uma só colheita e de uma só casta recomendada, envelhecido em madeira durante um período mínimo de 5 anos, o que constitui a base de um lote. Após este período de tempo, pode ser retirada de cada um dos cascos uma quantidade que não exceda 10%, que é substituída por igual quantidade de outro vinho mais novo da mesma casta e até ao máximo de 10 adições. Despois do que pode ser engarrafado como “Solera”, com a indicação do ano de colheita do vinho base e indicação da casta, assim como o ano de engarrafamento.

Reserva, Velho, Reserve, Old ou Vieux: vinho com 5 anos de idade.

Reserva Velha, Reserva Especial, Muito Velho, Old Reserve, Special Reserve ou Very Old: vinho com 10 anos de idade.

Reserva Extra ou Extra Reserve: vinho com 15 anos de idade.

Rainwater: vinho que apresenta uma côr entre o pálido e o dourado e um grau Baumé entre 1,0o e 2,5o, pode ainda ser associada uma idade máxima de 10 anos.

Seleccionado, Selected, Choice ou Finest: vinho que apresenta qualidade destacada para a idade em causa.

Fino ou Fine: vinho de qualidade e com equilíbrio perfeito na frescura dos ácidos e conjunto de aromas evoluídos, com envelhecimento em madeira.


Agora, para um final triunfante, prove-os e conheça mais…

(*) Esta categoria foi uma das novidades da recente regulamentação do vinho da Madeira que entrou em vigor em Fevereiro de 2015 (Portarias 38, 39 e 40/2015, de 13/02, do Governo Regional da Madeira).

 ©Hugo Sousa Machado
(Continua):   II. Conhece (realmente) o vinho da Madeira? ...e as castas.