# A XXXIII Regata dos Barcos Rabelo
O calendário de verão da cidade
do vinho inicia-se com a regata de barcos rabelo, todos os anos, no dia 24 de
junho, o dia do santo patrono da cidade do Porto, São João. Neste dia é
possível ver estas embarcações icónicas, com séculos de história e símbolos
indissociáveis do Douro e da memória do vinho do Porto, conhecidas por
transportarem o vinho do Porto através do rio Douro, desde a região vinhateira
do Alto Douro até às caves do entreposto de Vila Nova de Gaia, que o mesmo é
dizer, faziam a ligação da região produtora com o entreposto de Gaia, ponto de
armazenagem, envelhecimento e exportação e que nos seus tempos de glória, nos séculos XVIII e XIX chegaram a ser 3.000. Esta “faina fluvial” terminou em 1965, ano em que se
terá realizado a última viagem e em que os Barcos Rabelos cederam
definitivamente lugar (primeiro ao caminho de ferro) à rapidez do transporte
por estrada.
No entanto, um conjunto de casas produtoras de vinho do Porto têm estado empenhadas em manter e preservar estas
embarcações peculiares e esta regata anual é uma oportunidade perfeita para o
testemunharmos.
Este ano, realizou-se a XXXIII
edição anual da regata, organizada pela Confraria do Vinho do Porto, num
percurso de aproximadamente 3,5km., que vai desde o Cabedelo, junto à foz do
rio Douro até à linha de chegada em frente à Casa Sandeman, próximo da Ponte D.
Luís I. Este ano participaram 14 embarcações.
Como curiosidade, refira-se que a
hora da regata é fixada de acordo com as marés, para evitar que se realize
durante a vazante em que estes barcos pesados, sem quilha e difíceis de
manobrar teriam de navegar conta a corrente.
Ao contrário do que é habitual,
este ano a regata teve início na Afurada. Foi uma regata animada e atribulada, como consequência do forte vento norte e da imprevisibilidade da corrente, que
tornou estes barcos ainda mais difíceis de dominar, pelo que houve, logo na
partida, choque entre embarcações, velas rasgadas e mastros partidos e barcos
atirados contra as margens do rio.
Este ano o vencedor foi o barco
da Rozès com a insígnia “Infanta Isabel”, imediatamente seguido pelo barco da
Sandeman com a insígnia “Vau”.
© HSM
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