(Porto, Essência do Vinho 12nd edition © HSM archives) |
After the last publication, in which we presented some of the uniqueness of a wine with five centuries of history in a unique wine region, located in the middle of the Atlantic ocean, we will now focus our attention on the specificities of the grapes that are behind Madeira wine.
First, we must bear in mind that when we think of Madeira wine, the approach is different, because we think in grape varieties above all, compared to Port wine, for example, we think mainly of styles of wine (ruby, tawny, etc).
By legal definition, the "Madeira" designation of origin and the grape varieties indication are reserved to wines produced from recommended grape varieties.
According to the latest Madeira wine legal regulation update (February 2015), these recommended grape varieties are:
White grapes
- Bual, Boal or Malvasia Fina
- Malvasia-Cândida
- Malvasia, Malvazia or Malvasia de S. Jorge
- Moscatel Graúdo or Moacatel de Setúbal
- Sercial or Esgana-cão
- Terrantez or Folgasão
- Verdelho
- Bastardo
- Tinta
- Tinta Negra
- Verdelho Tinto
- Listrão
- Malvasia-Cândida-Roxa
Following the IVBAM data (Wine, Embroidery and Crafts of Madeira Institute), the entity responsible to regulate and control the wine production activities in Madeira, the percentages of each grape variety in the total island vineyard area, are as follows:
- Tinta Negra: 54,7%
- Verdelho: 10,7%
- Malvasia: 7,7%
- Sercial: 3,4%
- Boal: 3,3%
- Bastardo: 0,4%
- Terrantez: 0,3%
- Complexa: 7,2%
- Others: 12,3%
There are some notable curiosities, such as the designation of the white grapes "Esgana-Cão" (Sercial), that in english means something like "dog strangler", which results from the characteristic high acidity level of this white grape, or the popular portuguese saying associated with Terrantez grapes: "The Terrantez grapes, do not eat nor give them, because for wine God made them".
The main novelty is that the Tinta Negra appears in this list of recommended varieties, such as the so-called noble traditional grape varieties (Sercial, Verdelho, Boal, Terrantez, Bastardo and Malvasia) which means, of course, the possibility of being identified and mentioned on the wine label, which so far, as a rule, did not happened. We know indirectly that a Madeira wine is produced from Tinta Negra when the bottle label only indicates the wine style (the degree of sweetness), not mentioning the grape variety associated.
With the exception of the Terrantez grapes (that produce semi-dry or semi-sweet style wines), the main grape varieties used to produce Madeira wine, are: the Tinta Negra (produces all wine styles), Sercial (dry), Verdelho (semi-dry), Boal (semi-sweet) and Malvasia (sweet).
Currently, the Tinta Negra (Tinta Negra Mole, as it is traditionally known) represents about 85% of all the grapes produced in Madeira. It is a variety widespread throughout the island and has a great productivity and is extremely versatile, since from this grapes, as we have seen, we can produce all the Madiera wine styles.
As we have written above, Madeira wine has the characteristic of being produced from a single grape variety, unlike the portuguese wine making tradition of blending several grape varieties to produce a wine.
The present regulation also states that the wine label should mention a single grape variety and must necessarily refer the degree of sweetness, except in those cases that the label indicates the Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia-Cândida-Roxa and Malvasia, that are grape varieties that also define the wine style.
# Conhece (realmente) o vinho da Madeira? II.
...e as castas.
Depois da última publicação, na qual se apresentaram algumas singularidades de um vinho com cinco séculos de história, de uma região única, situada em pleno Oceano Atlântico, vamos agora concentrar a nossa atenção nas especificidades das variedades de uvas ou castas que estão na sua origem.
Devemos ter em mente que quando pensamos em vinho da Madeira, a abordagem é diferente, porque pensamos sobretudo em castas, por comparação com o vinho do Porto, por exemplo, em que pensamos fundamentalmente em estilos de vinho (ruby, tawny, etc).
Por definição legal, a Denominação de Origem "Madeira" e a indicação das castas de uvas no rótulo dos vinhos, é reservada aos vinhos produzidos a partir de castas recomendadas.
De acordo com a recente actualização da regulamentação legal do vinho da Madeira (de Fevereiro de 2015) as castas recomendadas são:
Castas brancas
- Boal, Bual ou Malvasia-Fina
- Malvasia-Cândida
- Malvasia, Malvazia ou Malvasia de S. Jorge
- Moscatel Graúdo ou Moscatel de Setúbal
- Sercial ou Esgana-Cão
- Terrantez ou Folgasão
- Verdelho
Castas tintas
- Bastardo
- Tinta
- Tinta Negra
- Verdelho Tinto
Castas rosadas
- Listrão
- Malvasia-Cândida-Roxa
Seguindo os dados do IVBAM (Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira), entidade que tem a responsabilidade de regular e controlar as actividades vitivinícolas na Madeira, no ano de 2012, as percentagens de cada casta na área total de vinha, são as seguintes:
Tinta Negra: 54,7%
Verdelho: 10,7%
Malvasia: 7,7%
Sercial: 3,4%
Boal: 3,3%
Bastardo: 0,4%
Terrantez: 0,3%
Complexa: 7,2%
Outras: 12,3%
Há algumas curiosidades dignas de nota, como o nome da casta "Esgana-Cão" (Sercial), que deve o nome à elevada acidez, característica destas uvas, ou ainda o ditado popular associado às uvas Terrantez; "As uvas Terrantez, não as comas nem as dês, para o vinho Deus as fez.".
Sobressaí, como uma das novidades desta regulamentação, que a casta Tinta Negra surge na lista das castas recomendadas, no mesmo plano das chamadas castas nobres tradicionais (Sercial, Verdelho, Boal, Terrantez, Bastardo e Malvasia), o que significa, desde logo, a possibilidade de ser indicada na rotulagem o que até agora, por regra, não sucedia. Sabemos, indirectamente, que um vinho Madeira é elaborado a partir da casta Tinta Negra, quando o rótulo apenas indica o estilo do vinho (o grau de doçura) sem mencionar a casta que está na origem.
Com excepção da casta Terrantez (a partir da qual se podem produzir vinhos de estilo meio-seco e meio-doce), as castas mais utilizadas na produção de vinho da Madeira são; a Tinta Negra (todos os estilos), Sercial (seco), Verdelho (meio-seco), Boal (meio-doce) e Malvasia (doce).
Actualmente, a Tinta Negra (Tinta Negra Mole, na designação tradicional), representa cerca de 80 a 85% do total de uvas produzidas na Madeira. É uma casta difundida por toda a ilha, de grande produtividade e rendimento e extremamente versátil, uma vez que, como referimos, permite produzir todos os estilos de vinho.
Como já vimos, o vinho da Madeira, é um vinho de uma só casta, ao contrário da tradição portuguesa de produção de vinhos de lote.
A regulamentação refere também que no rótulo só pode ser mencionada uma única casta, das recomendadas, e é obrigatória a menção ao grau de doçura, com excepção dos casos em que o rótulo menciona as castas Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia-Cândida-Roxa e Malvasia, castas que definem os estilo do vinho.
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